A Queda dos Dragões - O Ano da Falsa Primavera

                                       O Ano da Falsa Primavera


        Westeros, ano de 281 d.C., o Ano da Falsa Primavera. Final de inverno, aparentemente, neve derretendo, os bosques estavam verdes e os dias mais longos.
Senhores e cavaleiros de todos os Sete Reinos seguiam para Harrenhal para competir no grande torneio de Lorde Whent, nas margens do Olho de Deus.
Um torneio de magnitude sem igual, com Lorde Whent oferecendo prêmios três vezes maiores do que aqueles ofertados no torneio de Lannisporto, em 272 d.C., organizado por Lorde Tywin Lannister na celebração de dez anos de Ayres II no Trono de Ferro.
Magnitude, essa, de fachada, pois Sor Whent não tinha fundos para prêmios tão valiosos. Alguém deveria estar bancando sem querer ser visto. Esse "anfitrião sombra" despertou tanta curiosidade, que muitos nomes foram levantados para saber quem era, mas apenas um nome era mais convincente: Rhaegar Targaryen, príncipe de Pedra do Dragão.
Afinal, foi o príncipe Rhaegar quem incentivou Lorde Walter Whent a organizar o torneio, através do seu irmão, Sor Oswell Whent, como intermediário.
Rhaegar proporcionou ouro suficiente a Whent para prêmios esplêndidos e atraentes.
A verdadeira intenção do príncipe era reunir grandes senhores do reino para, disfarçadamente, formar um Conselho informal, afim de discutir as formas e meios de lidar com a loucura de seu pai, rei Aerys II.
Era um jogo perigoso. Muitos foram beneficiados pelo rei e não queriam perder suas regalias e benfeitorias  caso o príncipe  Rhaegar chegasse ao poder. 
Rei Aerys II podia ser selvagemente cruel ao queimar quem achasse que fosse seu inimigo, mas era extravagante com quem lhe bajulava, cobrindo-os com terras, honras e cargos.
Os principais apoiadores do Rei Louco eram : Qaelton Chelsted, mestre da moeda; Lucerys Velaryon, mestre dos navios; e Symond Staunton, mestre das leis. O eunuco Varys, mestre dos sussurros e o sábio Rossart, grande mestre da Guilda dos Alquimistas também desfrutavam da confiança do rei.
Já os mais jovens apoiavam o príncipe Rhaegar incluindo Sor Jon Connington, Sor Myles Mooton da Lagoa da Donzela, e Sor Richard Lonmouth.
Os dorneses que vieram com a princesa Elia Martell, também apoiavam o príncipe, em particular, o príncipe Lewyn Martell, tio de Elia e irmão juramentado da Guarda Real.
Mas o mais importante aliado era, sem dúvida, Sor Arthur Dayne, a Espada da Manhã. 
Para o Meistre Rycelle e para o Lorde Owen Merryweather, a Mão do Rei, ficava difícil manter a paz entre essas duas facções e temiam uma nova Dança dos Dragões.
E, para surpresa de todos, o rei Aerys II resolveu participar do torneio de Harrenhal. Seria a primeira vez que ele deixaria a segurança da Fortaleza Vermelha desde o Desafio de Valdocaso. Sem dúvida, Sua Graça imaginou que seus inimigos não ousariam conspirar contra ele, embaixo de seu nariz. E o Grande Meistre Rycelle conta que o rei esperava que sua presença  nesse grande evento o ajudasse a ser amado pelo povo.
Mas foi lamentável. A apresentação  do rei era deplorável. As unhas das mãos estavam compridas e amarelas, a barba emaranhada e mechas de cabelo não lavado e opaco mostravam a extensão de loucura dele.

Rei Aerys II

        E, acima de tudo, sua desconfiança do próprio filho Rhaegar, de seu anfitrião, Lorde Whent e de cada senhor e cavaleiro que chegava a Herrenhal para competir era notória. Até de quem não compareceu, como Lord Tywin Lannister Senhor do Rochedo de Casterly, antiga Mão, intranquilizava o rei.
Na  abertura do torneio, o rei Aerys II fez uma grande apresentação pública da posse de Sor Jaime Lannister como Irmão Juramentado da Guarda Real, sendo muito observado e aclamado.
Mas até isso foi motivo do rei suspeitar de Jaime, e percebeu que dali em diante, teria o filho de Tywin Lannister ao seu lado, dia e noite.......e com uma espada na mão.
Então, num ímpeto, ordenou que Jaime Lannister voltasse a Porto Real para guardar e proteger a rainha Rhaella e seu filho Viserys  (Game of Thrones), que não vieram para o torneio. Foi um desapontamento amargo, pois Jaime queria participar do torneio.
Durante sete dias cavaleiros e senhores disputaram com lanças e espadas nos campos ao lado das muralhas de Harrenhal.
O príncipe Rhaegar saiu vitorioso no final da competição. Não costumava competir em torneios, mas surpreendeu a todos vestindo a armadura e derrotando, inclusive, quatro cavaleiros da Guarda Real. E na justa final, desmontou Sor Barristan Selmy, considerado o melhor dos Sete Reinos, ganhando as honras de campeão.
O Rei Louco, em vez de se orgulhar de seu filho, o via como uma ameaça.       Ainda mais quando os lordes Chelsted (da moeda) e Staunton (das leis) inflamaram as suas suspeitas de que o príncipe Rhaegar era cotado como um herdeiro  verdadeiro de Aegon, o Conquistador.
Mas houve um episódio infeliz! O triunfante príncipe Rhaegar nomeou Lyanna Stark, filha do Senhor de Winterfell, como a" rainha do amor e da beleza", colocando uma coroa de flores azuis no seu colo com a ponta de sua lança. Aí foi que os senhores bajuladores, que estavam ao redor do rei, aproveitaram para declarar que esta era uma prova de sua perfídia.

Coroação de Lyanna Stark

        A troco de que o príncipe insultaria sua própria mulher, Elia Martell, que estava presente? A garota Stark não chegava aos pés de Elia em beleza,  mais parecendo um menino franzino. Só poderia significar uma tentativa de aliança de Winterfell com o príncipe Rhaegar, sugeriu Staunton ao rei.

Mas quem também não gostou, foram os irmãos de Lyanna Stark, perturbados com aquela atitude do príncipe. Brando Stark teve que ser contido; ele tomou como um desrespeito à honra de sua irmã que estava comprometida com Robert Baratheon, Senhor de Ponta Tempestade.

Eddard Stark, amigo de Robert, irmão mais novo de Brandon, se mantinha mais calmo, porém incomodado.

O próprio Lorde Baratheon ria do gesto do príncipe, dizendo que Rhaegar não fizera mais do que pagar tributo a Lyanna, mas quem o conhecia, sabia que estava se sentindo insultado.

Essa simples coroa de rosas azuis traria a dilaceração dos Sete Reinos, a morte de Rhaegar e de muitos outros, e a chegada de um novo rei bem vindo ao Trono de Ferro.

A Falsa Primavera de 281 d.C. durou menos que dois turnos da lua.                Conforme o ano terminava, o inverno retornava com força total em Westeros, principalmente em Porto Real. O Rei Louco exigia de seus piromantes que espantassem o inverno com suas mágicas.

Com a chegada do novo ano, príncipe Rhaegar, a princesa Elia e seu filho Aegon, pegaram a estrada, com meia dúzia de amigos e confidentes mais próximos, rumo às terras fluviais.

Príncipe Rhaegar

        Há menos de cinquenta quilômetros de Harrenhal, Rhaegar encontrou

Lyanna Sark de Winterfell e a levou consigo, provocando a queda dos Targaryen.