AS TERRAS OCIDENTAIS


A Era da Aurora

As Terras Ocidentais são um lugar de colinas escarpadas e planícies onduladas, de vales enevoados e litorais rochosos, um lugar de lagos azuis, rios cintilantes e campos férteis, de florestas frondosas que fervilham com animais de todos os tipos, onde entradas semiocultas nas laterais das colinas arborizadas dão acesso cavernas labirínticas que serpenteiam pela escuridão até revelar maravilhas inimagináveis e vastos tesouros nas profundezas da terra.
São terras  ricas, de clima temperado e frutíferas, protegidas por altas montanhas, ao leste e ao sul, e pelas águas azuis infinitas do Mar Poente a oeste. Antigamente, os filhos da floresta faziam seus lares nos bosques, e gigantes moravam entre as colinas, onde seus ossos ainda podem ser encontrados ocasionalmente.  
Mas com a chegada dos Primeiros Homens, muitas grandes Casas remontam suas raízes; entre elas estão os Hawthorne, os Foote, os Broom e os Plumm. Na Ilha Bela, os Farman, os Greenfield, os Rayne, os Westerling. Outras Casas surgiram a partir dos heróis lendários, cujas histórias são contadas até os dias de hoje: os Crakehall de Crake, o Matador de Javalis, os Benefort do Homem Encapuzado, os Yew do Arqueiro Cego Alan do Carvalho, os Moreland de Pate, o Lavrador.
As lendas dizem que o primeiro senhor Casterly era um caçador, Corlos, filho de Caster, que vivia em uma vila perto de onde está Lannisporto atualmente.
Dizem que ele encontrou tesouro dentro do rochedo e fortificou a entrada.
Embora os Carterly nunca tenham sido reis, eles foram os mais ricos em toda a Westeros e os mais poderosos nas Terras Ocidentais. Nessa época, a Era de Aurora dera espaço para a Era dos Heróis.

                                                 PYKE

As torres remanescente do Castelo de Pyke

Pyke não é maior e nem mais grandioso castelo nas Ilhas de Ferro, mas pode ser o mais antigo, e é de lá que os Greyjoy governam  os nascidos no ferro.

Pyke é tão antigo que ninguém pode dizer com certeza quando foi construído, nem nomear o senhor que o construiu. Como a Cadeira de Pedra do Mar, suas origens estão envoltas em mistério.

Antigamente, há séculos, Pyke era como os outros castelos:

construído sobre rocha sólida em uma falésia com vista para o mar, com muralha, fortalezas e torres. Mas as falésias sobre as quais ele estava não eram tão sólidas quanto pereciam e, com o bater sem fim das ondas, começaram a desmoronar.

As muralhas caíram, o chão cedeu, construções externas se perderam.

O que restou de Pyke nos dias de hoje é um complexo de torres e fortalezas espalhadas por uma dúzia de ilhotas e pilhas de pedras acima das ondas crescentes. Um pedaço de muralha, com um grande portão e torres de defesa, se espalha pela terra firme, o único acesso ao castelo e tudo que resta da fortaleza original. Uma ponte de pedra parte da terra firme e leva à primeira e maior das ilhotas e à Grande Fortaleza de Pyke.

Depois disso, pontes de corda conectam facilmente as torres umas às outras. Os Greyjoy gostam  de dizer que qualquer homem que possa caminhar em uma dessas pontes com uma tempestade uivando pode facilmente dominar os remos.

Sob as muralhas  do castelo, as ondas ainda se chocam dia e noite contra as pilhas de rochas remanescentes, e um dia sem dúvida elas também desabarão no  mar.

                                  A LULA GIGANTE VERMELHA



A maior parte de um século se passaria antes que a lula gigante voltasse. Mesmo assim, os sonhos nunca morreram, pois os sacerdotes ainda ficavam coma água do mar até os joelhos pregando o Costume Antigo, enquanto, em uma centena de bordeis ao lado do cais e tavernas de marinheiros, velhos ainda contavam histórias de dias passados, quando os nascidos no ferro eram ricos e orgulhosos, e cada remador tinha uma dúzia de esposas do sal para aquecer sua cama à noite. Muitos jovens cresceram embriagados com tais histórias, sedentos pelas glórias da vida de saqueador.
Um deles foi Dalton Greyjoy, o feroz e jovem filho do herdeiro de Pyke e das Ilhas de Ferro.
Aos quatorze anos de idade, Dalton Greyoy navegara até  a Velha Ghiz, lutara em uma dezena de ataques e reivindicara quatro esposas de sal. Seus homens o amavam. Seu amor era sua lâmina, uma espada longa de aço valiriano que tomara de um corsário morto e a chamara de Anoitecer.
Aos quinze anos, enquanto lutava nos Degraus como mercenário, viu o tio ser morto e vingou sua morte, mas recebeu uma dúzia de ferimentos e emergiu da luta encharcado da cabeça aos de sangue.
Daquele dia em diante, os homens o chamaram de Lula Gigante Vermelha.

Os saqueadores da Lula Gigante Vermelha

Naquele mesmo ano, a notícia da morte de seu pai o alcançou nos Degraus, e a Lula Gigante Vermelha reivindicou a Cadeira de Pedra como o Senhor das Ilhas de Ferro, e começou, imediatamente, a construir dracares, forjar espadas e treinar guerreiros.  Quando lhe perguntavam o motivo ele respondia :"A tempestade está chegando".

A tempestade que ele previra irrompeu no ano seguinte com a morte de Rei Viserys I Targaryen, enquanto dormia na Fortaleza Vermelha, em Porto Real. Sua filha Rhaenyra e o meio-irmão Aegon reivindicaram o Trono de Ferro, e a orgia de derramamento de sangue, batalhas, rapinas, assassinatos conhecidos como a Dança dos Dragões começou.

No fim, uma mulher provou ser a ruína da Lula Gigante Vermelha. Uma garota chamada Tess abriu a garganta de Lorde Dalton com sua adaga enquanto ele dormia na cama de Lorde Farman, em Castelobelo, e depois se jogou no mar.

A Lula Gigante Vermelha nunca tomara uma esposa da rocha e seus herdeiros eram filhos do sal gerados com várias esposas do sal. Após sua morte uma disputa sangrenta se  irrompeu. E mesmo antes que as  batalhas em Velha Wyk e Pyke começassem, os plebeus da Ilha Bela se  ergueram e massacraram os homens  de ferro que permaneciam entre eles.

A Lula Gigante Vermelha é reverenciada até hoje entre os filhos do ferro e considerada um de seus grandes heróis.

                                                   OS GREYJOY DE PYKE

As mortes de Harren, o Negro, e de  seus filhos deixaram as Ilhas de Ferro sem reis e no caos.
Muitos grandes senhores e famosos guerreiros serviram nas terras fluviais com o rei Harren. Alguns morreram com ele  no incêndio de Harrenhal, outros quando as terras fluviais se levantaram contra eles.
Só alguns alcançaram o litoral vivos. Aegon Targaryen e suas irmãs prestaram pouca atenção nas Ilhas de Ferro logo após Harrenhal. Deixados à  própria sorte, os nascidos no  ferro começaram a lutar entre si imediatamente.
Qhorin Volmark, um senhor menor em Harlaw, foi o primeiro a reivindicar o reino. Sua avó fora uma irmã mais nova de Harwyn Mãodura e, a partir desse laço, ele se declarou herdeiro legítimo da "linhagem negra".
Na Velha Wyk, quarenta sacerdotes se  reuniram sob os ossos de Nagga para colocar uma coroa de madeira trazida pelo mar em um deles,  um homem sagrado e descalço chamado Lodos, que reivindicava ser o filho vivo de Deus Afogado.
Aegon Targaryen, o Conquistador, colocou um fim na luta em 24 d.C., quando ele e Balerion desceram em Grande Wyk, acompanhados por uma grande frota de guerra. 
Mas quem os governaria? No Continente, alguém argumentou que Aegon tornasse os nascidos no ferro vassalos de Lorde Tully de Correrio, que fora nomeado  Senhor Supremo do Tridente. Outros sugeriram que as Ilhas fossem dadas ao Rochedo Casterly, mas Aegon reuniu os senhores restantes das  Ilhas de Ferro para escolherem seu próprio senhor sucessor. Como era de se esperar, eles escolheram um dos seus: Vickon Greyjoy, Senhor Ceifeiro de Pyke, um famoso capitão e descendente do Rei Cinzento.
Embora Pyke fosse menor e mais pobre que Grande Wik, Harlaw e Montrasgo, os Greyjoy ostentavam uma longa e distinta linhagem.
Vickon Greyjoy  provou ser um governante austero, mas cauteloso, permitindo que os septões se reunissem e retornassem às ilhas mais uma vez para pregarem a Fé.
Quando Lorde Vickon morreu, em 33 d.C., Goren, seu filho, o sucedeu. Tão sábio quanto selvagem, Goren Greyjoy pediu que o rei, Aenys Targaryen, lhe desse permissão para expulsar os septões e septãs das Ilhas de Ferro. O rei Aenys foi obrigado a concordar e, assim, levaria um século antes que outro septão fosse aceito nas ilhas.